Defensores públicos e representantes do TC lotaram o auditório
A Defensoria Pública do Estado de Sergipe e o Tribunal de Contas do Estado promoveram na sexta-feira, 23 de junho, uma palestra com o tema “Por um Brasil Ético: O Dinheiro Público é da sua Conta", ministrada pelo jurista renomado e doutor em Direito Penal, Luiz Flávio Gomes.
O evento foi promovido com uma única preocupação, o novo jeito de gestão da coisa pública. “Ninguém tolera mais essa forma antiga de desvio de dinheiro público para campanhas políticas, manutenção do poder e enriquecimento pessoal”, indagou o juiz Luiz Flávio.
De acordo com o palestrante, a população está mais informada e a Operação Lava Jato fez um favor aos brasileiros ao descobrir todas as falcatruas e maracutaias que os agentes públicos praticam para enriquecimento e manutenção do poder.
“A população hoje está informada porque está com um celular na mão. Somos 26 gerações no país e nenhuma geração anterior foi informada como a atual, onde pega seu celular acaba tendo todas as informações nas mãos, vendo várias pessoas narrando de que maneira estão roubando o dinheiro público. Com tanta informação como vou votar em corrupto? Isso não pode mais, não tem cabimento estarmos no século XXI e continuarmos votando da mesma maneira que votava no século XIX. Essa grande mudança é a que o povo quer e não temos que esperar que outros promovam mudanças, afinal, tudo começa a partir de nós e da conscientização do momento critico o qual vive o país. Se não decidirmos o correto agora vamos afundar o Brasil porque vivemos numa crise econômica brutal, período de recessão e corremos o risco de uma depressão, por isso devemos conscientizar e tomar a decisão agora, eliminando corruptos e fazendo faxina neles”, disse o magistrado.
Para Luiz Flávio, as pessoas estão pessimistas e não acreditam nas instituições, no executivo e legislativo. “O povo não acredita mais nem no judiciário, porém, o Brasil não vai sumir, não existe um país desaparecer do mundo. O Brasil continua e vamos fazer dele o melhor país do mundo para se viver, trabalhar, crescer e isso só depende de um posicionamento da sociedade civil, que no fundo decide quem vai governar. Vamos escolher os melhores, novas lideranças, gente de ficha limpa e não comprometida com corrupção. Não podemos mais tolerar isso, ainda que políticos queiram continuar no esquema, devemos dizer que não queremos mais esse político e ele não serve mais para nós e para administrar a coisa pública. O objetivo do movimento “Queremos um Brasil Ético” é conscientizar os brasileiros e falar para todo Brasil que chegou a hora de uma mudança radical e total”, conclama o magistrado.
Roberta Donald’ (defensora pública), Raimundo Veiga (defensor público), Emília Correa (defensora pública e vereadora de Aracaju), Leo neto (sub-defensor geral), Luiz Flávio Gomes (palestrante), Andresa Tavares (corregedora da DP) e Eric Martins (vice-presidente da ADPESE)
Para o defensor público, Gerson Aragão, o tema é importante porque atinge a classe menos favorecida que é assistida pela Defensoria Pública. “A corrupção no Brasil está de um jeito assustador e a população mais afetada é a hipossuficiente, pois acaba não tendo uma educação, saúde e moradia digna porque boa parte do investimento é desviada pelos corruptos. A Defensoria Pública defende aqueles que não têm acesso aos serviços básicos porque muitas vezes o Estado não tem dinheiro para investir em virtude da corrupção. Além disso, acaba atingindo a Defensoria Pública porque o cidadão acaba não tendo acesso à justiça sem uma instituição forte e que atenda toda a população menos favorecida”, pontuou.
O subdefensor geral, Leó Neto, destacou a importância da palestra e agradeceu o apoio do Tribunal de Contas. “A idéia do colega defensor público Gerson Aragão em trazer um magistrado renomado foi de extrema importância para debater um tema que atinge a população brasileira e afunda o país, que é a corrupção. Agradecemos a parceria do Tribunal de Contas nesse grande evento”, enfatizou.